sábado, 18 de setembro de 2010

O perú e o amor impróprio

Tenho uma amiga que namora com um otário. Aliás, tenho várias, mas esta é a que interessa. O otário é mais novo que ela. O que até poderia ser suficiente, mas para além disto é azeiteiro até à medula. Daquelas coisinhas que me fazem revirar os olhos só de os ver passar na rua no popó de vidro fumado com um ganda som a bombar.

Estava presente na noite em que se conheceram. Aquilo que podia ter sido um episódio isolado, fruto de uma ebriedade extrema, prolongou-se. Agora já não se contam os dias, os meses, mas sim os anos.

E ao longo destes mesmos anos tenho acompanhado aquilo que ela chama de relação com um misto de preocupação e de "foda-se que já não há pachorra!!"

Porque ou o amor é estúpido ou então é a minha amiga. Ou então os dois. Ou os três, a contar com o namorado.

À 2ª feira namoram, à 3ª ele desliga-lhe um telefone na cara, 4ª e 5ª trocam juras de amor, 6ª ele acaba com ela porque saiu com um grupo de 5 pessoas em que ele não conhecia uma, estão 2 semanas afastados, "ai fizemos as pazes!!!".

O problema é que no meio disto tudo sinto-me lentamente a perder o respeito por ela (sim, ela já o perdeu há... anos.), condição que é necessária às minhas boas amizades.

Já não sei o que lhe dizer. Já tentei a abordagem mansa, com muito floreado; ultimamente já estou mais na onda da brutalidade amazónica para ver se a miúda acorda para a vida e vê que aquele merdas merecia afogar-se no Sado. E ela, que no fundo sabe que eu tenho razão, pura e simplesmente não o larga.

A última vez que me disse "É agora [...], é agora que vou deixá-lo!", pedi-lhe que não o dissesse mais, porque uma coisa é enganar-se a ela, outra é gozar com a minha cara.

O que é que se faz numa situação destas? Com pessoas que têm uma auto-estima tão baixa que acham que merecem ficar com gente assim? Que acham que amor é serem controladas por telefone e abanarem o rabinho quando eles lhes dão um biscoito? Não consigo apagar esta amizade como já fizeram outras pessoas, mas a verdade é que isto começa a afectar-me como se a relação fosse minha. Porque fico com o coração nas mãos quando ela me liga a chorar; porque quando o telefone toca, também eu já penso imediatamente que vem aí merda; porque sinto a angústia dela e o medo de ficar sozinha como se fossem os meus.

Tal como as anorécticas se acham gordas quando pesam 40kg, assim a minha amiga acha que este gajo é o maior, melhor e inigualável knight in shining armor..

Miúda! Ele quer pôr vidros fumados no carro!!!

Sai uma lobotomia para a mesa 4 por favor!

3 comentários:

  1. Não ires á universidade está-te a fazer bem ao blog! Ou então estás a precisar de mudar de ares...

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  2. já algum dia lhe passou pela cabeça que tambem tem os seus amores impróprios para consumo?! Talvez fosse mais correcto então expor aqui a sua vida... E se alguma perua ressabiada desatar a publicar blogs acerca da sua pessoa? Ou talvez essa sua amiga, não seja assim tão sua amiga pelo que demonstra neste post..ou então estranha forma de amizade esta...

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  3. Se a perua omitir o meu nome, não identificar nenhum interveniente e me pedir autorização como eu fiz com a minha amiga.. porque não?

    Pensar que as amizades são cor de rosa é irreal.

    Podia perguntar se lhe passa pela cabeça que eu me esteja cagando para a sua opinião, mas deixamos isso para outro dia. De preferência para aquele em que deixar de assinar como um mero anónimo.

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