O peru e as pessoas que não me conhecem de lado nenhum

É que eu não percebo a necessidade que algumas pessoas têm de forçar conversa com perfeitos estranhos. Eu normalmente quero é que me deixem em paz e não me chateiem, mas o raio das velhas parece que me têm sempre em mira. Já quando era miúda e andava de autocarro (que saudades que eu não tenho) era certinho -> Velha ao meu lado a falar da meteorologia, "isto ainda vai chover hoje", ou então a massacrarem-me com a inutilidade do governo, "que são todos uns bandidos".
E pimba, ontem na hora de visitas do hospital, enquanto esperava pelo elevador, aparece-me aquela ave rara. Estavamos no 4º piso, queriamos ambas ir para o r/c (oh lucky me!) e aguardavamos.
"Ah a senhora também vai para o r/c, ah ah ah, vamos todas para o mesmo sítio!!"
(Sim, é de facto espectacular minha senhora.)

(Elevador passa pelo 4º, não pára e vai ao 5º)

"Ah, então mas onde é que ele foi? Não parou! (e vai de carregar 10 vezes no botão que já estava accionado.. por mim) Já viu isto?"
(Já minha senhora, chama-se elevador e presumo que onde você mora estas coisas não existem.)
"Não percebo.. porque é que ele não parou?"
(Oh foda-se..)

(Elevador volta ao 4º e abre)

"Ah agora é que é, agora já cá estamos.."
(Mas já cá estamos ONDE?)

E vai de falar na puta do caminho todo para baixo, o raio do elevador a parar em todos os pisos, eu a esmurrar-me mentalmente por não ter ido de escadas e a simular um Lamaze para não a mandar para sítios pecaminosos.

As velhas adoram-me. A sério que não percebo porquê. É isso e as criancinhas à minha volta nos cafés e restaurantes. Mas essa teoria fica para outro post.