Eu até nem tenho aquela mania da ostentação em que imponho que me tratem por isto ou por aquilo e até estranho quando me tratam por "Doutora", já que doutoramento é coisa que ainda não fiz e ainda agora estou no mestrado.
Mas quer-me crer que há certos locais, de trabalho ou públicos, em que é imperativa uma certa educação, visto que estamos a lidar com pessoas que nunca vimos na putinha da vida.
Há uns anos atrás, num dia em que estava extremamente bem disposta, fui abastecer o bolinhas numa Galp do burgo e quando estou na fila reparo que a empregada de balcão era uma que já antes tinha visto e tinha achado completamente louca. Cabelo amazónico, pelo menos 1kg de base na cara, roupa espampanante, enfim, a mulher parecia um palhaço. E depois tinha uma vozinha mesmo à quem acabou de engolir um balão de hélio.
Avanço para a minha vez, cartão, pin, the usual, até que ela se vira e diz "Não queres comprar 2 embalagens não sei de quê pela módica quantia de 2,95?". Eu fico a olhar para ela durante uns segundos e respondo que "não". O bicho faz-me outra pergunta qualquer e volta a usar o "tu". E lá a menina abriu a boca.
"Desculpe a pergunta, mas nós conhecemo-nos?"
"Ah ah que eu saiba não."
"Então está-me a tratar por tu porquê? Que idade é que acha que eu tenho?" (tenho ar de pita, estava-lhe a dar o benefício da dúvida.)
"Nao precisa de ficar ofendida, é só porque.."
"Eu não estou ofendida, mas é extremamente impróprio tratar os seus clientes por tu como se tivessemos andado à escola. Eu não trato os meus pacientes por tu, mesmo quando tenho à vontade para isso."
"Ah, mas não foi por mal. Se quiseres podes tratar-me por tu também!" (e põe a mão ao peito muito dramaticamente e a seguir TOCA-ME no braço!)
(eu a pensar): Bom, estou a falar para uma parede, porque a gaja não percebe português.
(eu a falar): Deixe lá, não se esforce. Obrigada. Boa Noite.
Só consigo imaginar a tua cara a ter esse dialogo! É lindo de se imaginar! =D
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