quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O peru e o café vespertino

Pensei que ia correr pior. Pensei que ia correr mal, aliás. Tu sempre tiveste um dom de me irritar e fazer passar da cabeça em menos de 5 minutos.
Foi desconfortável ao início, para ti também, que eu senti. É estranho sentires-te um estranho com alguém com quem já partilhaste algo supostamente mágico.
Mas a conversa lá foi desenrolando, eu desabafei, tu também, falamos de coisas que nunca tínhamos falado antes, de forma sincera e aberta. Tu falares de ti já foi um marco histórico. E eu dar-te conselhos amorosos foi provavelmente outro.
Falamos como os amigos falam. Se calhar foi isso que sempre nos faltou, uma amizade-base.
Pensei mesmo que nunca ia conseguir ser tua amiga, não por mágoa, mas porque és socialmente awkward. Porque as conversas passavam do monólogo ao interrogatório, e eu não sei lidar com pessoas assim.
Onde só existia vazio, acho que hoje floresceu uma amizade. Espero não estar enganada. E se for isso que resta, depois de tudo, já é mesmo muito bom.

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